22º Carta - Você me fez cor
Bem-vindos
ao blog e ao convite para ler as cartas de amor inspiradas nas
histórias que ouço todos os dias em meus atendimentos astrológicos, nos
encontros da vida, e em minhas próprias experiências. Para quem quer
saber mais sobre elas, veja o post da primeira carta no link:
http://ferzanini.blogspot.com.br/2015/10/as-cartas-de-amor.html
22º Carta
– 30/10/15
Inspirada
nas despedidas e recomeços.
Amor,
Hoje
escrevo minha 22ª carta para você, esse é um número tão importante, é o número de
lâminas do tarot, o número de Maria de Madalena, e, por acaso, o nosso número
também. Ele conta que um ciclo se fecha para que outro comece.

Nesse momento
olho para o céu tão azul, e me lembro que ontem ele estava cinza, assim como
estava minha vida antes de você chegar. Você me fez cor e agora que você viaja
para longe me sinto desbotar, de longe não posso te contar sobre os novos
amigos que fiz, sobre as rosas que começam a nascer no jardim, sobre o que
cheguei a conhecer da natureza da morte, e o pior, não posso ouvir seus conselhos,
sentir sua proteção, e nem ter você me ajudando a simplificar a vida com sua
calma.
Traz as
tintas de volta, faz de mim aquarela! Mas que seja uma nova pintura, que ela
traduza a liberdade em imagens, de mim sendo eu e de você sendo você. Não quero
chorar o adeus, quero gargalhá-lo para que ele se solte de minha boca como um
grito de até logo. Até quando? Isso é você que vai me dizer, pode ser um ciclo
de Sol, um ciclo de Terra, um ciclo de Vida-Morte, ou vários desses, mas nessa
história, assim como em toda história de amor, não há possibilidade para o
nunca.
Me lembrei
agora de uma matéria que li sobre Alfred Date, um sr. de 109 anos, que começou a tricotar
casaquinhos coloridos para salvar pinguins de um vazamento de óleo na
Austrália. Ele havia acabado de ser colocado em uma casa de repouso, e soube
como recomeçar, matou o nunca. Há tantas formas de colorir, assim como de ver o
movimento do tempo, e especialmente, há tantas formas de amar e tanto para ser
amado. Não cabe lamentar. Vou tricotando os casaquinhos que a vida me pede com
as linhas coloridas que você me deixou, e quem sabe um dia eu descubra que esses
fios terminam enrolados em seus novelos, e que o longe sempre foi aqui.
Ah! amor
meu! Tanto para te contar, e tanto para saber de ti...
Até logo!
Sempre
sua,
Eu
Segue link com história do Sr. Alfred:
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