47º Carta - Tem alguém aí?
Bem-vindos
ao blog e ao convite para ler as cartas de amor inspiradas nas
histórias que ouço todos os dias em meus atendimentos astrológicos, nos
encontros da vida, e em minhas próprias experiências. Para quem quer
saber mais sobre elas, veja o post da primeira carta no link:
http://ferzanini.blogspot.com.br/2015/10/as-cartas-de-amor.html
47º Carta – 12/01/16
Inspirada em uma insônia nascida de um sonho sem
imagens.
Amor,
Toc toc
... tem alguém aí?
Toc toc
... tem alguém aí?
Toc toc
... tem alguém aí?
Não
consigo te ouvir por detrás do muro espesso de seu castelo. Minha voz se desfaz
no eco de meu próprio chamado.
Será que
estás dormindo? Cuidado para não se deixar cair no sono sem sonhos, ele é
mantido pelo medo de mudança. Acorda, meu amor! Acorda para o Amor!
Dentre
tantas pessoas que adentram a seu castelo todos os dias, alguém te ensinou amar?
Alguém te ajuda a seguir crendo que acima dos deveres está a necessidade de ser justo ? Alguém mais, além de mim, conhece seu anseio de cuidar dos que não
sabem se cuidar sozinhos?
Não
consigo ouvir as respostas! Acho que ainda dorme.
O meu
dilema é em relação aos sonhos, meu sono é cheio deles, sonhos de imagens vívidas,
cheios de movimento. Definitivamente, eu sei sonhar, e por sabê-lo acabo me
tornando uma antena que capta os seus sonhos protegidos pelo silêncio do
esquecimento.
O que
faço com eles? Guardo num baú de tesouros e deixo no portão de sua fortaleza ou
os vivo em mim para você?
Se o
encontro de amor nos faz um, tenho permissão de vivê-los.
Darei as
costas ao seu castelo e seguirei em direção ao Sol, levando comigo seu baú de
tesouros.
Sua honra
será a espada que me defenderá no caminho, sua liberdade confeccionará minhas
asas, sua vontade de curar os loucos será minha caridade, seu poder de combater
as injustiças será o desafio que me moverá.
Enquanto
você não se lembra de acordar, eu serei seu chamado. Me apresentarei a ti
como aquela sensação de “algo a ser feito” dentro do seu peito. Serei o vazio
que vem após cada conversa onde não estou. Aparecerei
como o alívio dos prazeres que te acalmam, ajudando a fingir que não há dor. Me tornarei as saudades que sente de ti mesmo.
Dessa
forma te cuidarei até que te lembres.
Toc toc
... tem alguém aí? Eu sei que sim, não te ouço, mas te sinto.
Sua,
Eu
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