42º Carta - Adeus à Saudade


Bem-vindos ao blog e ao convite para ler as cartas de amor inspiradas nas histórias que ouço todos os dias em meus atendimentos astrológicos, nos encontros da vida, e em minhas próprias experiências. Para quem quer saber mais sobre elas, veja o post da primeira carta no link:   

http://ferzanini.blogspot.com.br/2015/10/as-cartas-de-amor.html



42º Carta – 27/11/15


Inspirada nos atendimentos da semana que orbitaram em torno da dificuldade de abrir mão, no grande desafio que é desapegar do controle. 

Amor,

Antes de você chegar eu sentia saudades de algo que eu nem sabia se existia, saudades de uma pátria que não sabia onde ficava, e quando você me tocou voltei ao lar, fui preenchida.
É engraçado que quando vazia me achava cheia, cheia de certezas absolutas. Minhas sombras descansavam em jaulas confortáveis, eu conhecia a maioria delas, e ficava ali de fora a observá-las achando que tinha tudo sob controle. Minhas virtudes dançavam tranquilas e estavam também guiadas pelo meu olhar, em liberdade controlada, coreografia montada. Depois de você me misturei toda, me sinto inteira em cada parte e parte na inteireza, dá para entender? Acho que não, né? Somente sentir.
Em verdade, hoje, não sei bem como te dizer a vida. Sua presença é tão forte que sua falta me sufoca, as palavras se prendem na garganta, ou melhor, na pele das pontas dos dedos.
O que consigo expressar nesse momento é que por um tempo me viciei em você, temendo voltar ao vazio, mas logo entendi que quando dependo de sua presença torno-me sua escrava, coloco grilhões no Amor. E quando te peço o “para sempre” te torno meu escravo, amordaço a felicidade. Não serei eu a fazê-lo! Te quero livre, por isso abrirei mão do medo de voltar a ser saudade. Quando encontramos o caminho de casa nunca mais o perdemos.
Não me lembro como era antes de você chegar, e tampouco quero lembrá-lo, não voltará a ser igual, vou criar algo novo, algo meu, algo para essa nova eu feita de você.

Sua (não mais te obrigarei ao sempre),

Eu
 

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