25º Carta - Nada

Bem-vindos ao blog e ao convite para ler as cartas de amor inspiradas nas histórias que ouço todos os dias em meus atendimentos astrológicos, nos encontros da vida, e em minhas próprias experiências. Para quem quer saber mais sobre elas, veja o post da primeira carta no link:    
http://ferzanini.blogspot.com.br/2015/10/as-cartas-de-amor.html


25º Carta – 02/11/15

Inspirada na Lei da impermanência.


Amor,

Não quero escrever sobre, nem falar com, nem pensar em, nem entender você.
Quero o silêncio que se fazia antes do respirar, quero espaço para percorrer o âmago das perguntas sem respostas, quero uma borracha para apagar palavras soltas, quero voz para gritar além da fita negra colada sobre minha boca, quero um fio que me guie ao ponto onde acontece o “voltar atrás”.
Quero ser a paz do seio que amamenta, quero ser um beijo de perdão, quero ser corda de violão, quero ser a chama de uma vela. Quero ser música de Bach, e uma onda no mediterrâneo, quero ser algodão doce, quero ser o sino de um mosteiro, ou o chapéu de um dervixe girando, quero ser poesia de Gibran, quero descansar em uma nuvem pronta para virar chuva, e me sentir nada além de um átomo de Deus.
O que não quero nesse momento, amor meu, é saber nada de ti e nem ser eu.

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