41º Carta - Cartas Marcadas

Bem-vindos ao blog e ao convite para ler as cartas de amor inspiradas nas histórias que ouço todos os dias em meus atendimentos astrológicos, nos encontros da vida, e em minhas próprias experiências. Para quem quer saber mais sobre elas, veja o post da primeira carta no link:   

http://ferzanini.blogspot.com.br/2015/10/as-cartas-de-amor.html



41º Carta – 25/11/15
Inspirada em Irani de Menezes e suas cartas de baralho.

Amor,

Eu tenho uma amiga muito sábia e querida, a Irani, de quem eu costumo dizer que não é uma pessoa, mas sim uma poesia com pernas. Ela é daquele tipo raro de gente que consegue enxergar a essência, o que é invisível para a maioria dos olhos. E como a Vida é muito generosa, e sempre conversa com cada um de nós por meio da língua que entendemos, com a Irani ela fala a língua dos reis, rainhas, damas e valetes, a linguagem da magia. A Vida faz com que ela encontre cartas de baralho pelas ruas. Sempre foi assim, toda vez que o mundo das sutilezas quer mandar um recado uma carta de baralho aparece com a informação a ser desvendada. E você acredita, meu amor, que essa semana ela encontrou um baralho inteiro? Isso é pura poesia, e eu como trovadora fico encantada com essa história, gostaria de cantá-la nas praças como se fazia na Idade Média.
Hoje quis te contar sobre a Irani porque observando-a eu aprendi muito a ficar atenta a qualquer sinal de beleza, e essa beleza nem sempre é vista com os olhos abertos. É assim que te amo, buscando-te nas entrelinhas, fechando os olhos do rosto e abrindo os do coração para conseguir te localizar, ativando os corações dos ouvidos para poder escutar o seu calar. E assim, como acontece com a Irani, a vida me fala em minha própria linguagem, e seu nome, amor, aparece gravado em tatuagens, muros e cartazes. E quando eu sinto que perdi seu sinal aquela música que fala do seu bairro começa a soar me lembrando que você está. E quando levanto a cabeça para o céu me deparo com a Lua cheia, e me acalmo porque você sabe que ela sou eu te cuidando.
E a Vida segue seu rumo, as vezes por caminhos tão sinuosos, que me parece meio irreal escrever cartas de amor, então me lembro do baralho, do seu nome, da lua, e me digo “sim”, eu posso amar, mesmo com bolhas nos pés, mesmo com lama no mar, mesmo com bombas a explodir. Como eu disse antes, a Beleza brinca de esconde-esconde com o óbvio.

Aqui estou...

Sempre sua,

Eu
 

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