33º Carta - O Acolher

Bem-vindos ao blog e ao convite para ler as cartas de amor inspiradas nas histórias que ouço todos os dias em meus atendimentos astrológicos, nos encontros da vida, e em minhas próprias experiências. Para quem quer saber mais sobre elas, veja o post da primeira carta no link:   

http://ferzanini.blogspot.com.br/2015/10/as-cartas-de-amor.html



33º Carta – 12/11/15


Inspirada em um atendimento onde trabalhamos a importância de acolher a vida como ela é, com seus beijos e beliscões.




Amor,

Ontem te disse que te vi por todos os lados e amei todos eles, e é verdade, quando te enxergo a partir de meu Eu feito de alma posso ir além e aceitar sua inteireza. Nesse lugar não há dilemas. O problema é quando o meu outro eu (aquele que é feito de barro e ossos) pede a palavra, esse é meio revoltado, ele tem como mestre a mente e ela lhe ensinou a olhar para você e procurar de que maneira você sabe ferir, e eu pude ver o quanto você conhece essa arte, doeu de dentro para fora, até meus cabelos choraram. 
A dor é a mãe da tristeza e uma não chega sem a outra, e me entristeci até a respiração encurtar. Esse meu eu revoltado quis ter raiva de você, e eu permiti, me deixei experimentar, mas não gostei dessa companhia, mandei a raiva embora, a convenci que de que seu lugar não era ao meu lado. Ela se foi, ainda que eu perceba que me espreita na esperança de que eu lhe dê uma nova chance. Mas a tristeza, essa não havia meios de convencer, ela estava irredutível, pedi tanto que se fosse, até que me cansei e a deixei ficar. De tão esgotada parei de lutar contra ela e naquele instante onde nada mais tinha importância, nem viver, nem morrer, um vento sussurrou em meu ouvido: Vai! Segue! Vai em direção a ti mesma! E eu fui, não sei como e nem porque, mas fui, e quando me movi a tristeza sorriu, e eu senti um profundo carinho por ela. O tempo todo ela sabia qual era seu papel, está aqui por amor, está aqui me ensinando a ser humana, e também a te entender humano. Não vou mais brigar, vou aprender dela tudo que ela quiser me ensinar, até que eu saiba dizer tchau. Quando isso acontecer ela tirará sua máscara e saberei que em sua essência vive a liberdade, e assim eu poderei  te amar com meu eu de barro, do avesso e do direito, de um lado a outro, sem nada a acrescentar. 
Quanto ao meu Eu feito de alma, esse está em paz, te cuida em seu coração desde sempre e para sempre.

Sua,

Eu
 

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