Tranformação! Possível ou não?

O texto me pareceu tão atual, ainda que mudando os cenários e
personagens, que me questionei sobre o quanto é real a tão buscada transformação
interior. Só me ocorre que essa mudança se faz em níveis de compreensão e na
relação de nosso Ego com a Vontade que nos impele á busca por transformação.
Os cenários se renovam, os personagens utilizam novas
linguagens, as reações são muito parecidas, mas a consciência sobre a interação
de todos esses fatores mostra que nossa peregrinação passa por estados internos
e a cada vez que chegamos nestes lugares já conhecidos levamos novas
informações á nosso banco de dados e assim vamos escrevendo o “mesmo”
totalmente diferente.
Cada um de nós tem sua forma de escrever e ilustrar suas
paisagens, essas mudam com os ciclos, mas o lugar segue o mesmo e o peregrino encontra
novas formas de caminhá-lo...
Guru Bhrama, Guru Vishnu, Guru Devo Maheshwara!
Divagações... passando por aí de novo...
Segue o texto de 2007:
You had a choice. You made it “now”.
Ontem estive em uma feira medieval em
Vic (Espanha), com minhas inseparáveis Joice e Uma e também duas novas amigas
Marina e Silvia.
Enquanto me encantava com a beleza do lugar e a volta à Idade Média que tanto me chama a
atenção, estava presa emocionalmente à uma história do passado nesta mesa
Espanha.
Minha mente criava todo um filme, com
começo meio e fim. Observava o lugar, as pessoas, e principalmente á mim mesma.
Será que conseguiria viver realmente o agora?
Nessa observação podia ver claramente
como é fácil seguir como marionete de si mesmo. Observa as pessoas querendo
sempre chegar antes, passar primeiro, levar vantagem no estacionamento, na
fila, na hora da comida. Estava em um "pueblo," mas seguia igual como
estar em São Paulo, cada um em seu próprio e excludente mundo, assim estamos e
não percebemos.
Seguramente todos, como eu, naquele momento estavam criando seu próprio
filme, relacionado com suas estórias emocionalmente mal resolvidas e tão dentro
de seus filmes estavam que não viam a mais nada, ainda que interagissem
com tudo. Soa familiar? Creio que sim! Eu estava atenta
aos movimentos de minha mente, ainda que nocauteada por ela. E quando resolvi o
meu assunto pendente, mais uma vez vi que o tamanho que minha fantasia o
tornara era absurdamente desmedido, e estava á anos luz de minha realidade, eu
novamente sofria por ilusão.
Meu interior gritou: ACORDAAAA.
Submergindo de tal ilusão pude raciocinar mais claramente e me abrir com minhas
amigas, relatando quão escrava de minhas emoções me encontro e como cada
momento e situações que encontramos estão relacionados com isso. O que na feira
de Vic estava mostrando algo de mim mesma?
Em uma brilhante observação, a Uma disse: Os instrumentos de tortura
exposto ali seguem sendo usados até agora, nunca deixaram de ser. Fazemos uso
deles todo tempo, através de nosso ego, nossa mente. Tornamos-nos vítimas de
medos, mentiras inseguranças, paixões obsessivas e infinitas outras coisas
criadas
pelo engano do irreal, pelo engano de vivermos longe do agora.
pelo engano do irreal, pelo engano de vivermos longe do agora.
Então me lembrei das lindas aves de
rapina que vimos nessa mesma feira, me senti muito mais observadas por elas do
que elas por mim, muito mais presa, louca para voar em direção ao Sol com
minhas asas batendo, porém estava com meus pés amarrados pela corda de minha
mente. Uffffa! Mas tudo segue como tem que ser, na mais perfeita ordem. O Sol
segue nascendo eternamente apesar de minha ignorância e assim seguirá até que
eu o alcance um dia e mergulhe em sua luz, com a liberdade do amor. Enquanto
isso seu calor nos alcança, seja aqui na Espanha, no Brasil, no Afeganistão, na
África ou na Lua. E a bondade infinita de Deus, sempre me brinda com amigos anjos
que sempre estão aí na hora certa e o Sol sorri pra nós todos os dias, ainda
que de noite utilize o sorriso da Joice pra isso.
Namastê! Fernanda
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