Meus amores em mim



Numa carruagem puxada por majestosos cavalos passeiam todos os meus amores. Eles dão a volta a mundos e, vez por outra, passam por mim fazendo com que me explodam sorrisos que expulsam da boca novas estrelas.

 

Estrelas guias para os meus amores. 

 

Alguns me acompanham desde a chegada ao aqui, outros se aproximam de mansinho e os reconheço. Ainda há aqueles que vêm de maneira avassaladora, anunciando sua presença com feixes de fogo que me revolvem as entranhas, pois são criadores de terremotos. Como amo terremotos!! 

 

Na segurança da presença eterna, na surpresa do reencontro suave ou na voracidade dos terremotos me confio a mim mesma através do regozijo do viver. E, de vez em quando, subo na carruagem e com meus amores viajo os mundos. Através de seus olhos vejo mares roxos, leio cartas de amor, descubro o medo da morte, me torno vida na dança dos girassóis. Me alimento da terra através do que a terra cria, nasço como planta em concretos frios, amamento golfinhos, e giro... giro... giro com dervixes, parindo espirais de novos DNAs.

 

E quando a carroça dos amores me devolve ao meu lar, durmo o sono dos que se sabem humanidade. E encantada, espero até ouvir novamente o tropel de cavalos a me convidarem para uma nova expedição ao infinito.

 

Meus amores em mim e eu neles...

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